Um namorico nada correspondido-15
Ana Paula foi o nome da primeira menina que tenho a lembrança de ter gostado na vida. Se veio outra antes, foi apagada da minha memória.
Nós conhecemos na quarta série, ela veio transferida de outro estado e estudamos juntos até a oitava. Novamente, a minha memória falha se estudamos juntos no ensino médio.
Ela chegou chegando. Logo nas primeiras provas mostrou para que veio. Tudo nota 10. Não que a coisa fosse tão difícil, mas ela parecia não fazer muito esforço para ser a melhor da turma. Ana Paula.
Não era bonita, tipo fora de série. Era normal. Mas eu a admirava pela inteligência. Como era inteligente aquela menina. Ela também era obreira da universal e como eu era da Assembleia de Deus sabia que ela tinha um caráter diferente das demais meninas, pelo menos na época passava confiança.
Aos poucos, toda a escola ficou sabendo que eu estava interessado em Ana Paula. Os alunos, professores e inclusive ela. Aí a coisa ficava estranha. Eu era interessado nela e visivelmente ela não tinha interesse algum em mim. Até o irmão dela ficou sabendo que eu estava com intenção de ser seu cunhado. Eu sentia um misto de vergonha e mais um pouco de vergonha.
Lá pela oitava série já nem sentia nada mais por ela. Foi passando. Passando. Passando...
Foi uma coisa de criança e pré-adolescente. Nada mais. Mas ficou marcado. Inclusive para minha irmã fazer deboche de mim. Toda vez que ela queria me fazer raiva ficava gritando o nome de Ana Paula.
Como não tenho redes sociais, nem sei por onde ela anda. Torço por sua felicidade, assim como sou feliz com a minha família.