Aprendendo a ser responsável na escola

Acho que o ano era 1994. Eu estava iniciando a minha vida educação infantil gratuita, vulga rede pública, na escola Municipal Ubirajara Pinto Rodriguês. O nome da professora já não lembro mais. Lembro-me onde ela morava pois qunado ia para a igreja sempre passava na esquina da sua casa e ele geralmente estava sentada no terraço. Uma pena não lembrar o seu nome. Caso ainda esteja viva, deve beirar os oitenta anos e com toda certeza eu não passo de uma fumaça na sua lembrança.

Lembro-me das mesas e das cadeirinhas. Eram todas azuis e pequenininhas. Uma colega de turma, Maria José, falava que estudamos juntos desde aquela época. Não me lembro dela, assim como não me lembro de quase ninguém mais naquela época. Não me lembro de mais quase nada daquele ano, exceto dos gritos de todo mundo na frente da televisão e do dia da responsabilidade que a tia da alfabetização nos dava a guarda do apagador durante o fim de semana e na segunda-feira o devolvíamos são e salvo. O único que não devolveu fui eu.

Não sei como foi, mas eu esqueci o local onde guardei, ou escondi, o apagador. Não me lembrei de forma alguma. Meus pais reviraram tudo e nada. Estava completamente perdido e, consequentemente, eu não queria ir à escola. Com que cara eu iria chegar na sala e falar para professora que perdir o apagador. O primeiro a quebrar o pacto sagrado da guarda do glorioso apagador. Podia risca meu nome da lista de frequência que lá eu não pisaria nunca mais. Mas como criança nao tem gosto, pelo menos na minha época não tinha...

Meu pai foi comigo. Escondido atrás dele ouvi as suas desculpas e o compromisso de entregar um novo apagador à escola. Um alívio sem tamanho me invadiu quando a tia falou que meu pai não precisava se preocupar porque o apagador estava com ela, eu tinha esquecido de pegar. Ufa, foi por pouco.