UM DESABAFO, UMA LEMBRANÇA UMA SAUDADE (É sempre bom falar de São Paulo)

As vezes eu sinto saudade das avenidas coloridas e belas com suas luzes olhando pro asfalto, olhando pro calçamento protegendo as casas iluminando os olhos que delas dependem para enxergar o anoitecer que cai tão sorrateiramente. O barulho do ônibus,o ponto cheio de gente a espera do seu coletivo, de um lado alguém vende uma pipoca, um doce ou um salgado, um menino passa pés descalços fitando quem ta ali no ônibus,quem está no ponto do ônibus, esperando ganhar uma moeda para inteirar pra fazer alguma coisa, quiçá comprar um pão... E a vida noturna que balança por sobre as árvores dessas mesmas avenidas coloridas pelas luzes na Avenida Consolação, na Avenida Paulista, na Avenida Sapopemba, na Avenida Comendador Santana, Na Avenida águia Haia, na Avenida Anhaia Melo.

E assim vai prostrando os olhos por sobre cada arrebol, fitando a noite que cai após um dia exaustivo... trabalho. Telefones, memorandos, as canetas,os papéis, o computador, a frente do computador que tem uma tela que bota os olhos pra ficar fixo. Ahh o descanso das 17horas e 36 minutos, quando os relógios encerram as atividades; o cartão de ponto hoje eletrônico é batido e as pessoas descem as escadas pegam o elevador vai até o térreo e ali, ufffffffff respira o ar da noite, nada mais sagrado do que um choppinho, uma batata frita, uma descontração, um papo legal com um amigo que passa.

A mesa repleta de cervejas, de gelo, a tampa que caio barulho que procede pelo atrito da tampa com o chão. O amigo que olha, o flerte que acontece, a paquera também acontece e os olhos fitos começam imaginar aquela cena, o barzinho a meia luz, as mesas, as cadeiras juntinhas com propaganda de alguma cerveja, uma nevoa fria começa cair e o aconchego dos corpos começam se engalfinharem no espaço pequeno. Mais uma, por favor! É o garçom que chega com a sua camisa branca e o seu uniforme, a calça preta, o avental preto, a chave da garrafa para ser aberta na mão a prosa que começa acontecer, os alaridos os gritos às vezes NE? Pra falar... GARÇOM A MINHA AQUI, a minha a minha e as pessoas se aconchegam nesse espaço de tempo achando que a vida merece aquele brinde sagrado. AHHHH NOITE PAULISTANA... Saudades eu sinto de ti.

Ao imaginar-me sentado agora nas escadarias da Tv Gazeta, olhando o nada, sem pressa pra nada, mirando apenas o corre-corre dos saltos que fazem ploc, ploc, ploc, ploc, pela calçada que passa por sobre meus olhos.

Ahhh saudades tantas que sai de dentro de mim como se fosse à evaporação de um sentimento tão bonito. Mas a distancia hoje percorre em meu pensamento e faz com que eu me lembre da melodia, alguém está cantando ”ALGUMA COISA ACONTECE NO MEU CORAÇÃO, E SÓ QUANDO A IPIRANGA E A AVENIDA SÃO JOÃO”. Começo olhar a Praça da República vejo as pessoas ali também apressadas caminhando com medo, hoje com medo porque o local já não é mais tão belo quanto era no meu tempo em que os meus próprios passos trafegavam pelas avenidas da nossa querida e tão amável capital paulista.

É só um desabafo, uma lembrança e uma saudade.

Bom final de semana a todos!!!

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 20/07/2024
Reeditado em 20/07/2024
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