O meu diário 96,97 e 98
Rio Verde, 19 de fevereiro de 1996 – Segunda-feira
Os pais da Wanessa têm um Gol novo, cor verde, tirado no consórcio, mas não são ricos; diria que são remediados. O pai é autônomo, tem uma distribuidora de remédios; a mãe é servidora pública, trabalha num colégio estadual. Ainda na noite anterior eu ouvira a Wanessa dizer que estava magoada comigo. Durante o dia eu ouvi ela dizer que me conhecera há dois anos quando tinha catorze anos, que não sabia me entender. Estava sentado à beira do córrego e ela tomando banho com mais três colegas; alguém falou que ela tinha que arrumar alguém da sua idade, talvez no colégio; outra dizia porque ela não namorava seu irmão, e outro, que ela era muito nova, que muita coisa ia acontecer. Noutra roda com dois colegas, ela disse que dois anos comigo e não tinha conseguido nada. Entrei na roda e falei que faltam maturidade para os jovens, fiz uma oração; alguém também orou. Senti a Wanessa mudar um pouco. Por volta de 01 hora, um grupo de moças incluindo a Wanessa fizeram uma serenata em nosso acampamento. Quando o dia amanheceu me aproximei da Wanessa, senti que ela estava melhor, e me acolhia com um olhar mútuo; mostrei a ela um conto que fizera, e dissera que depois da gincana, mais ou menos 15h iria embora. Em Rio Verde comprei um exemplar do jornal O Popular, e vi que meu artigo sobre o carnaval fora publicado com o título “Já estamos no carnaval”.
(Do meu livro O meu diário 96,97 e 98, memórias, em edição)