Vidas Secas

Sofre gente,

sol que queima,

calos que doem,

superstição de que vem chuva,

mas chuva não vem.

Solo rachado,

sola dos pés rachadas,

mato cinzento,

enxada nas mãos . . .

Com uma realidade seca à frente

e uma esperança verde no coração.

Gente que come farinha,

gente que come feijão,

gente que morre de trabalhar

e não ganha o merecido pão.

. . . E ainda cria cão !

O sofrimento faz a vida lenta

e lenta é a morte a míngua .

Morre o sertanejo,

com muitas histórias prá contar.

Morre sem nunca ter vivido,

pois viveu morrendo .

Di Amaral
Enviado por Di Amaral em 01/04/2008
Reeditado em 05/02/2009
Código do texto: T927121
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