Farinha seca
O prato quebra
Quando cai no chão
A gente chora
Quando corta a mão
E lá se foi
O prato de cristal
Lá se foi o sal
Que temperou
O meu jantar
Que é resto do almoço
E eu de mão no bolso
Fico a imaginar
Que estão jantando
Logo ali na esquina
Como é de rotina
Quem quer me matar
Ai que saudades
Eu tenho do norte
E da farinha seca
Que eu deixei por lá
Ai que saudades
Da farinha seca
Que é só em agosto
Que se faz voar
Daí o corpo dorme
E a mente levanta
E fica sonhando
Em não querer chorar
E vai meditando
No que disse o mestre
Que não é direito
Querer se matar
Então tenha piedade
Desse que é sem nome
E que no momento
Ta passando fome