Farinha seca

 

O prato quebra

Quando cai no chão

A gente chora

Quando corta a mão

E lá se foi

O prato de cristal

Lá se foi o sal

Que temperou

O meu jantar

Que é resto do almoço

E eu de mão no bolso

Fico a imaginar

Que estão jantando

Logo ali na esquina

Como é de rotina

Quem quer me matar

Ai que saudades

Eu tenho do norte

E da farinha seca

Que eu deixei por lá

Ai que saudades 

Da farinha seca

Que é só em agosto

Que se faz voar

Daí o corpo dorme

E a mente levanta

E fica sonhando

Em não querer chorar

E vai meditando

No que disse o mestre

Que não é direito

Querer se matar

Então tenha piedade

Desse que é sem nome

E que no momento

Ta passando fome

Pericles Tsiloufas
Enviado por Pericles Tsiloufas em 30/12/2021
Reeditado em 01/11/2023
Código do texto: T7418495
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