Eu, vento

Que eu, mesmo num aquário

como um peixe

ou um passarinho

na gaiola

o sonho libertário,

nunca deixe...

o desejo do caminho

de ir embora

Essa vontade

de mundo

mais à frente

Outra cidade

a cada segundo...

nova gente

A intenção de dar aos pés

asas suficientes

Pisar no convés

para mar adentro

ver o universo todo rente

e alimentar o pensamento

Que nunca me falte

a alma de andarilho

e cada destino que salte

seja canto, outro brilho

Eu, vento,

invento

maneiras de soprar

Momentos

de todo tempo

voar

1974

Murillo diMattos e Celso Galvão
Enviado por Murillo diMattos em 09/07/2021
Código do texto: T7296130
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