BUFÃO

À serviço do Capitão do Mato...

Outro otário de fato paga de ladrão...

Vendendo nosso ouro, malandro, e barato...

Em nome de uma falsa ostentação...

Malandro de verdade o pilantra ignora...

Pois teme sempre a hora, vagabundo, do couro comer...

Aprendeu foi na Net sobre a nossa história

"Vai cantar pra subir" "sem nunca descer"!

Sou do tempo, malandro...

Da pinga e do conhaque...

Meu baque é no atabaque: outras Alemanhas...

Já enfrentei Jacaré Desse Rio no tapa,

Mas nunca pus a rapa

Pra ser boi de piranha

Então, se liga, Bufão...

Ao citar o meu nome,

Saiba que é d'um homem que "ocê" "tá" falando!

A gente diverge sobre o que é sucesso,

Mas de novo eu peço: respeita o malandro

Se tiver juízo você vai me ouvir...

Guarda na sua boca...

Essa sua linguona de tamanduá!

Se não faço outro samba e volto aqui

Pra dizer de onde vem (o din din)

Que faz o seu circo bombar!

Isso vem de outros burgos, bagulho da antiga...

É o que engorda a barriga do dominador...

Bufão vai lá e consente...

Pra irmandade diz que briga!?

Mas "tá" sempre comendo na mão de algum Doutor...

Você é tão Bobo da Corte que eu sinto vergonha

De ouvi-lo citando o nome de um nosso ancestral...

Mas nem que eu tivesse louco de maconha...

Que eu iria fechar, malandragem, co'esse "paga-pau"

Nego "véio" lamenta e chora, mas nunca pipoca...

E rezando invoca o que vem proteger...

Ô, Bobo da Corte, vê se se toca!!!

Nasci e cresci na Maloca...

E se Deus quiser "lá" vou morrer...

Pior é "o pão, o circo, o palhaço, a pipoca".

O pirulito e a paçoca...

Que nos dão em troca...

Através de gente igual a você.

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 29/05/2019
Reeditado em 29/05/2019
Código do texto: T6659567
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.