TRÊS LETRAS MUSICAIS QUE LUIZ GONZAGA NÃO GRAVARIA ATUALMENTE...
São outros tempos em que vivemos, sem dúvida. E aquilo que hoje pode soar como preconceito ou discriminação, há algumas décadas atrás era visto como algo absolutamente normal. Fã de Luiz Gonzaga como sou, desde criança, nunca pude deixar de observar essas três letras musicais que ele gravou, as quais devemos enxergar pelo contexto da época.
BAIÃO DE DOIS
“Abdom que moda é essa
Deixe a trempe e a cuié.
Home não vai na cozinha
Que é lugá só de mulhé.
Vô juntá feijão de corda
Numa panela de arroz.
Abdom vai já pra sala
Que hoje têm baião de dois”
RESPEITA JANUÁRIO
“Quando eu voltei lá no sertão
Eu quis mangar de Januário
Com meu fole prateado.
Só de baixo, cento e vinte, botão preto bem juntinho
Como nêgo empareado (...)
Todo mundo vai ver o diabo do nego.
Eu também fui, mas não gostei.
O nego tá muito mudificado.
Nem parece aquele mulequim que saiu daqui em 1930.
Era malero, bochudo, cabeça-de-papagaio, zambeta, feeei pa peste!
Qual o quê!”
XOTE DOS CABELUDOS
“Cabra do cabelo grande
Cinturinha de pilão,
Calça justa bem cintada
Costeleta bem fechada
Salto alto, fivelão.
Cabra que usa pulseira
No pescoço medalhão.
Cabra com esse jeitinho
No sertão de meu padrinho
Cabra assim não tem vez não.
Não tem vez não.
Não tem vez não.”