ManuelBandeira-ChicoDoCrato-OsSapos

ManuelBandeira-ChicoDoCrato-OsSapos

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ChicoDoCrato, Música, Voz, Violão, sintetizador, arranjo, mixagem e adaptação POEMA DE Manuel Bandeira;

Audacity 000 Ritmo 067+30 em Ré+. Gravação caseia. Gravar em estúdio.

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Bis

Enfunando os papos,

Saem da penumbra,

Aos pulos, os sapos.

A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,

Berra o sapo-boi:

— “Meu pai foi à guerra!”

— “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”.

O sapo-lanoeiro,

Parnasiano aguado,

Diz: — “Meu cancioneiro

É bem martelado.

Vede como primo

Em comer os hiatos!

Que arte! E nunca rimo

Os termos cognatos.

O meu verso é bom

Frumento sem joio.

Faço rimas com

Consoantes de apoio.

Vai por cinquenta anos

Que lhes dei a norma:

Reduzi sem danos

A formas a fôrmas.

Clame a saparia

Em críticas céticas:

Não há mais poesia,

Mas há artes poéticas…”

ChicoDoCrato e Manuel Bandeira
Enviado por ChicoDoCrato em 01/11/2018
Reeditado em 01/11/2018
Código do texto: T6492237
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