ManuelBandeira-ChicoDoCrato-OsSapos
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ChicoDoCrato, Música, Voz, Violão, sintetizador, arranjo, mixagem e adaptação POEMA DE Manuel Bandeira;
Audacity 000 Ritmo 067+30 em Ré+. Gravação caseia. Gravar em estúdio.
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Bis
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
— “Meu pai foi à guerra!”
— “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”.
O sapo-lanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: — “Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A formas a fôrmas.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas…”