DirceuThomazRabelo-ChicoDoCrato-AcontabilidadeDosMeusAmores
DirceuThomazRabelo-ChicoDoCrato-AcontabilidadeDosMeusAmores
https://www.recantodasletras.com.br/audios/cancoes/79632
ChicoDoCrato, Música, Voz, Violão, Sintetizador, Arranjo, Mixagem e adaptação do poema de Dirceu Thomaz Rabelo.
(Poema amoroso-contábil-sarcástico dedicado aos contabilistas de todo o Brasil.)
Audacity, 090 Ritmo 068+40 em Mí+. Gravação caseira. Gravar em estúdio.
Copyright: proibir a cópia, reprodução, distribuição, exibição, criação de obras derivadas e uso comercial sem a sua prévia permissão. A proteção anticópia é ativada.
Matutando aqui, sobre meu passado amoroso
Fechei meu coração para um balanço geral;
A depreciação, de cara, já me deixou horroroso,
Meu Deus, que lástima, aliás, que déficit total!
.
Quando foi o começo desta minha derrocada?
Sei lá; só senti o passivo corroendo o ativo, nada mais,
Numa amortização, desde o princípio escancarada,
E meu patrimônio descendo pelos ralos matrimoniais.
.
Também pudera! Meu capital nunca foi integralizado
O fluxo de caixa, então, sempre foi uma merreca;
Meu coração até que teve algum amor estocado,
Mas, eu, parcimonioso, sempre doava só uma caneca.
.
Sabemos que uma mulher demanda aplicação de valores
Porem, com meus faturamentos quase nulos, precários,
Como é que eu poderia ter em troca alguns favores?
Dos poucos investimentos, foram-se até meus salários.
.
Aí, me afoguei nos juros desenfreados da paixão.
Lucro? Nunca os tive! Perda pura e tão somente...
E meu preço unitário bruto troquei pela social razão,
O que correspondia aos custos da entrega vigente.
.
Para conquistar alguém, me valia sim de ações,
De maravilhosas receitas, mas aquelas culinárias,
Se não honrei a classe contábil, me dei bem nos fogões,
Dos pratos bem feitos para as mulheres refratárias.
.
Bis no final
Daí, como não via superávit no horizonte da vida,
A taxa interna de retorno no gráfico ia só caindo;
Hoje, folheio borderôs vendo muita falha indevida,
Mas, agora é tarde e qualquer lucro é bem-vindo.
.
Tenho uma sobra amorosa, ainda que pequena,
E ela se resume num pequeno, mero balancete;
Falência total, sem fundos pra conquista, morena...
Neste resto de vida que levo, pacata pra cacete!