DirceuThomazRabelo-ChicoDoCrato-AcontabilidadeDosMeusAmores
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ChicoDoCrato, Música, Voz, Violão, Sintetizador, Arranjo, Mixagem e adaptação do poema de Dirceu Thomaz Rabelo.
(Poema amoroso-contábil-sarcástico dedicado aos contabilistas de todo o Brasil.)
Audacity, 090 Ritmo 068+40 em Mí+. Gravação caseira. Gravar em estúdio.
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Matutando aqui, sobre meu passado amoroso
Fechei meu coração para um balanço geral;
A depreciação, de cara, já me deixou horroroso,
Meu Deus, que lástima, aliás, que déficit total!
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Quando foi o começo desta minha derrocada?
Sei lá; só senti o passivo corroendo o ativo, nada mais,
Numa amortização, desde o princípio escancarada,
E meu patrimônio descendo pelos ralos matrimoniais.
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Também pudera! Meu capital nunca foi integralizado
O fluxo de caixa, então, sempre foi uma merreca;
Meu coração até que teve algum amor estocado,
Mas, eu, parcimonioso, sempre doava só uma caneca.
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Sabemos que uma mulher demanda aplicação de valores
Porem, com meus faturamentos quase nulos, precários,
Como é que eu poderia ter em troca alguns favores?
Dos poucos investimentos, foram-se até meus salários.
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Aí, me afoguei nos juros desenfreados da paixão.
Lucro? Nunca os tive! Perda pura e tão somente...
E meu preço unitário bruto troquei pela social razão,
O que correspondia aos custos da entrega vigente.
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Para conquistar alguém, me valia sim de ações,
De maravilhosas receitas, mas aquelas culinárias,
Se não honrei a classe contábil, me dei bem nos fogões,
Dos pratos bem feitos para as mulheres refratárias.
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Bis no final
Daí, como não via superávit no horizonte da vida,
A taxa interna de retorno no gráfico ia só caindo;
Hoje, folheio borderôs vendo muita falha indevida,
Mas, agora é tarde e qualquer lucro é bem-vindo.
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Tenho uma sobra amorosa, ainda que pequena,
E ela se resume num pequeno, mero balancete;
Falência total, sem fundos pra conquista, morena...
Neste resto de vida que levo, pacata pra cacete!