A história de alguém
Era a menina que calcava os pés.
Andava firme contra o vento.
Firmava seus projetos contra sonhos
que lhe pareciam deléveis.
E se lhe chegavam, via-nos como revés.
Era a menina que não sorria um riso,
gargalhada solta nem pensava existir.
Firmava sua vida em segundos enfadonhos
que lhe pareciam suportáveis
e se lhe chegava a graça, via um desperdício.
Era o menino que tinha soltos pés.
Voava leve com todo vento.
Seus sonhos desafiavam a lógica
que lhe parecia letal.
E se lhe impusessem, fugia do revés.
Era o menino de frouxos risos
e gargalhadas estridentes a brilhar.
Ele nem contava seus segundos risonhos.
O tempo nem lhe era palpável.
E se marcavam seus passos, via um desperdício.
Um dia sonharam em se encontrar
Ele todo cheio de sonhos;
Um dia a menina sem horas a contar;
Ele tentou do seu jeito
encontrar seus pés para por no chão.