Passarinho sem voo
Me censuro por devaneios incômodos
Demorei a cair em si
Minhas asas podadas por quem
Não sei
Tá certo
Eram ornamentos em mim
De medo do mundo
Desconfiança de tudo
Eu nunca voei
Me veio implume
Disposto a mudar meu costume
Me levou ao mais alto pico do amor
Sem cuidados arrancou minhas poucas penas
Desde então maus tempos me assolam
Tristezas loucuras não cessam
Desconfio de quem vem
De quem vai
De volta a divagações
Pergunto ao meu coração
Quando volto a ser feliz
As asas crescidas enfim
Voo sem medo do depois