Moreno (Cecitonio Coelho/Danielli Couitnho)

Índio caboclo mestiço ou mulato

Sem rumo exato, sem forma ou razão

Fuja se não eu te mato

Menino levado de tanta paixão

Queria ficar ao teu lado

O tempo exato, findar a solidão

Mas não mereço teu braço

Teu corpo suado, nem sua atenção

Pois sei medir meu espaço

E que no fundo me resta a doce ilusão

Meu olhar a ti caminhas

Tentando lhe penetrar

Mas tu não deixas moreno

Moreno que me cala ao olhar

Arrepia ao tocar

Alegra ao sorrir

Excita ao falar

Moreno de índio, caboclo, mestiço ou mulato

Tua voz é que nem beijo suave

Que nem onda, quando quebra

Que nem sol, quando nasce

Que nem lua cheia que "entonteia"

Com seu luminar... ah!

Tu moreno

És brilho alívio um tranquilizante

Tu moreno és meu bem querer

E tanto faz se índio, caboclo, mestiço ou mulato

És meu moreno de pele, corpo e cor

E a ilusão torna-se realidade

Nos fantásticos momentos em que estou ao seu lado moreno