NINGUÉM MORREU
A dor da paixão é cruel
Eu não duvido
Porque deste mal eu também
Tenho sofrido
Pra acontecer não tem hora
Nem razão.
Faz um estrago no peito do cristão.
Vem uma saudade
daquelas de doer
E uma vontade danada
de beber
Não adianta chorar,
que a dor não passa,
Nem apelar pros amigos
ou pra cachaça
Vem sem aviso
e arrasa com o sujeito
Só mesmo o tempo é capaz
de dar um jeito
É meu conselho escrever
uma poesia.
Não vai parar de doer,
mas alivia.
Me disse um cardiologista, amigo meu
-que eu saiba, de amor até hoje, ninguém morreu.