EU SOU EU
Eu vou madrugando
Pela vida afora como sou,
Também vou deixando
Essa gente madrugar na ilusão
De que sou tolo, vagabundo e sem espaço,
E que vivo de seresta, serenata e violão.
Eu vou viajando
Pela vida, como posso e como quero,
E sigo sorrindo
Das pessoas que já pensam conhecer
Este boêmio, seresteiro e navegante
Deste mar que todo instante
Me transborda de prazer.
E vou dizendo
Na canção que vou cantando,
Há pessoas que se iludem
Simplesmente por me ver...
(Pois)
Acostumar comigo
Demora,
Não é só olhar e ver.
Leva muito tempo
Embora
Pra quem quer me conhecer.
Quem olha por fora
É cego,
Não enxerga nada, não,
Vê o corpo que carrego,
Mas não vê meu coração.
Eu sou eu, por entre a vida;
Eu sou eu, por entre a dor.
Quem seguir nessa avenida
Há de conhecer quem sou.