Saudade

Saudade

Nasci numa casa pequena

Perto do riacho Guaribas.

Mamãe mandava dormir e levantar cedo.

Nos preparando para vida.

Despertava com o canto dos pássaros, galos e bezerros.

Cavalgando visitava os compadres .

Que tinham por nos grande grande zelo.

Os meeiros faziam muita fartura.

Arroz , feijão e farinha, não cabia na tuia .

Meu Pai caçava e pescava, não faltava carne.

Nas latas de banha, a carne de porco conservava.

Pegava café no pé, e socava no pilão.

Os bolinhos da vovó eram tudo de bom.

Pão de ló manjar do céu e mané pelado.

Horta de grande proporção, ali tudo era plantado.

Banho de rio gelado era um programão.

Casa sempre cheia, nunca ficávamos só.

A solidão não cabia ao nosso lado.

O ensino fundamental por nossa mãe nos foi ensinado.

Para nos agasalhar muito algodão, por ela foi fiado.

Dose filhos vivos e outros que não vingaram.

longe da civilização, nenhum pré-natal foi feito.

Os quatro primeiros as parteiras pegaram

Os outro tantos, foi papai que aparou.

Hoje todos tem família, e são trabalhadores.

Nossa mãe ficou sozinha e para cidade se mudou.

Continua incansável com muito labor.

Papai já descansa na memória do Senhor.

Helcina Natal
Enviado por Helcina Natal em 22/10/2011
Reeditado em 23/06/2021
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