CONSCIÊNCIA DE SÓCRATES
José Ribeiro de Oliveira
Eu sei, que o que sei,
É só que nada sei.
Mas sei também, Tudo que sei,
É que não sei de nada.
Não sei desta política virtual,
Um produto nacional,
Muito difícil de entender.
À sombra desta tal democracia,
Perpetua-se a oligarquia,
Revezando no poder.
E falo tudo isso que eu sei,
Embora tenha a consciência,
Que às vezes o que eu digo,
Não tem muita pertinência,
Com aquilo que eu quis dizer.
Mas é que quando eles me ensinaram,
Me esconderam as verdades,
E só as futilidades consegui saber.
Mas você vai me compreender, eu sei...
E dentre tantas coisas importantes,
Do que eles me ensinaram,
Minha inteligência fede por saber.
O lilás da cueca do rei,
O nome do bobo da corte,
A cor do vestido da doida antes de morrer.
Não sei por que dislate sifilítico,
Eles tentaram dizimar,
Os verdadeiros donos deste chão.
Na guerra do Araguaia eu não morri,
Porque só hoje aprendi,
O que é ser cidadão,
É uma arma na mão, eu sei...
Não sei e nem você irá saber,
Quem foi que matou P.C.,
Quem mandou, qual o motivo.
Eu é que tenho medo de morrer,
Por quase nada saber,
Como queima de arquivo.
Mas falo isto porque não agüento,
Não sou um desses trezentos,
Eu entendo que o caipira,
Também tem direito a ser feliz.
Quando eu ganhar algum dinheiro,
Não vou para o estrangeiro,
Vou comprar um pedacinho deste País, eu sei, eu sei...