C O N T R A S T E

José Ribeiro de Oliveira

Ela é tão linda, tão linda, tão linda

Mas não sabe da vida, quase nada ainda.

Seus cabelos dourados,

Moldurando um disfarce,

Um mistério no olhar

Derramados nos ombros,

Qual pepita de ouro, a inebriar

Sorriso ainda ingênuo

Um convite ao prazer

É uma festa no olhar

Um poço de candura,

Tão gostoso de ver

Seu corpo flutua no chão

Balança mais que as folhas

Nas manhãs de verão

Seu gingado não deixa fugir

Um só olhar sequer

Em meio à multidão

Em passos tão suaves

Que parecem levar

Plumas de algodão

E desfila sem medo

De mostrar os segredos

De uma criatura

Que nasceu sem ter par

Ela é uma escultura

Que só foi feita em carne

Para nos perturbar.

Ela é tão linda, tão linda, tão linda

Mas não sabe da vida, quase nada ainda.

Professor José Ribeiro de Oliveira
Enviado por Professor José Ribeiro de Oliveira em 21/06/2011
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