Ilustração de Henrique Secundino.
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VIOLA DESAFINADA

Gênero: Sertanejo de raiz.
(Obra de ficção)

Viola, minha viola!... / Companheira de estrada!
Testemunhou minha queda / Quando perdi minha amada.
Ainda hoje me lembro / Daquela porta fechada...
Aquela noite de angústias... / A infeliz madrugada...

Perambulei pelas ruas, / Tornei-me errante, vulgar!
No botequim da esquina... / Lá, ninguém a me esperar!
Ao perceber o meu tédio, / O garçom quis ajudar:
Copo cheio de bebida... / Eu não pude recusar!

Lá estava sobre a mesa / Aquele copo mesquinho!
Retirou-se o garçom, / Eu fiquei quase sozinho...
Só ficou de companhia / Minha viola de pinho
Que desafinada e triste / Também chorava baixinho!

Copo cheio sobre a mesa! / Não bebi, somente olhei...
Não tinha como esquecer / A mulher que tanto amei!
Sei que errar é humano... / Com certeza, eu errei...
Realidade cruel / Depois que tanto sonhei!

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