Mas É Cada História

Como se a história não fosse o ópio da glória

Como, se agora o que resta

Define que o traço não presta

O projeto sem alma de algum arsenal pesa igual

À assinatura do ritual linha dura atrás do Nepal

Quem é que decreta a história, afinal?

Caranguejo incrustado no mangue

Se impressiona com a força do tanque

Realejo em manhãs de Paris

É palanque

É a arte catando farrapos

Reação em cadeia lotada

Muita gente vazando pra dentro

E por fora ninguém diz mais nada

É a arte juntando trocados

Pra tocar a ferida entreaberta

O coração de qualquer descoberta

É a vazante de um sangue gelado

Deixa a história circular

Por nada

Ta pra lá de embriagada

Glicose na história

Antes que abra a cirrose

Deixa a história delirar

Coitada

Nunca foi desconfiada

A psicose da história

É intolerante à altas doses