da série músicas inesquecíveis: AGNUS SEI

Faces sob o sol, os olhos na cruz

Os heróis do bem prosseguem na brisa da manhã

Vão levar ao reino dos minaretes a paz na ponta dos arietes

A conversão para os infiéis

Para trás ficou a marca da cruz

Na fumaça negra vinda na brisa da manhã

Ah, como é difícil tornar-se herói

Só quem tentou sabe como dói vencer Satã só com orações

Ê andá pa Catarandá que Deus tudo vê

Ê andá pa Catarandá que Deus tudo vê

Ê anda, ê ora, ê manda, ê mata, responderei não!

Dominus dominium juros além

Todos esses anos agnus sei que sou também

Mas ovelha negra me desgarrei, o meu pastor não sabe que eu sei

Da arma oculta na sua mão

Meu profano amor eu prefiro assim

À nudez sem véus diante da Santa-Inquisição

Ah, o tribunal não recordará dos fugitivos de Shangri-Lá

O tempo vence toda a ilusão

JOÃO BOSCO / ALDIR BLANC

- como é difícil tornar-se herói... melhor viver no rebanho e ser mais um, simples, ingênuo, ignóbil, sem lutar cotra o demônio, contra os

dragões, contra deus ou os seus.

ontem eu o ouvi cantar, chegou aos sessenta e ainda mantém uma orquestra na garganta, e pássaros nos dedos... e a banda, ah a banda. todos sabem que a base de suas músicas é o samba, e ele veio com a formação clássica do rock: baixo (à parte, de seis cordas, João Oliveira, nunva havia visto isto), bateria e guitarra (tocada por um verdadeiro dinossauro).

daquelas coisas de ouvir, sentir e pensar: sou um simples poeta, dono de palavras que muito poucos afeta. só minha alma se salva, sou um músico sem saber tocar... mas sei ouvir, o que nestes tempos massificados já é muito, mais um herói, ovelha negra me desgarrei, o meu pastor não sabe que eu sei...