SAUDADES DA ASA BRANCA

SAUDADES DA ASA BRANCA

A asa branca não se vê mais no sertão,

No inverno ou no verão,

Não se vê seu avuar.

Se cai a chuva, não tem mais roça queimada,

Rosinha e a fiarada,

Não vem mais me esperar.

Lá não tem mais vaqueiro, não tem mais a vaquejada,

Forró de pé-de-serra,

Não se vê mais a tocar.

Sanfona branca e gibão tão no museu,

O sertanejo esqueceu

Quem mais cantou seu penar.

A tarde cai sem a rede na varanda,

Da farinhada sinto o cheiro pelo ar.

Amanhecendo, não vou mais ver meu cavalo,

Não ouço mais o galo um novo dia anunciar.

Não tem mais festas pra dançar a noite inteira,

Ao redor da fogueira, até o dia clarear.

Ai que saudade das noites de São João,

Lá no terreiro o fole pronto pra tocar,

E a lua cheia trazendo gente de moio,

E esperança no zoio de um amor encontrar.

No Céu estrelas bordando nossa ilusão.

E o coração pedindo pra noite não se acabar.

Mas meu sertão entristeceu,

Parece que morreu a vida naquele lugar.

Professor José Ribeiro de Oliveira
Enviado por Professor José Ribeiro de Oliveira em 13/09/2010
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