Caos

Eu já nem abro mais a porta

Não deixo o ar entrar

O ventilador ventila e leva meu desespero

Pra qualquer cantinho que eu não precise enxergar

Eu nem abro as janelas

O pôr do sol que eu vejo é do cartão-postal

Que o porteiro me entregou por engano

E eu não quis devolver ao dono

Caos legitimo embaixo do tapete

Se o céu ainda é azul?

Pelo o que vi na TV parece que sim

As interpretações tão impessoais

Revelaram um raio triste dentro de mim

Talvez eu não sonhe mais

Em voltar a pular carnaval

Do imediatismo normal

Talvez eu não sonhe mais

Em voltar a pular carnaval

E nem volte assumir

Tudo que furtei

Buscando alguma coisa que nem sei

Já nem vou a nenhum lugar

Meu mundo se reduziu a 60 m2

Meu organismo se acostumou a viver sem amor

Não existe amor na rotina

Só mesmo na poesia de poucas linhas

Não acredito mais na força que ainda busco

Para distrair a mente e fingir que ainda sente

Tudo o que já morreu.

Diana Sad
Enviado por Diana Sad em 19/03/2009
Código do texto: T1494654
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