Vento em Cruz

Bateu um vento do norte

Sobre as vestes da manhã

Transpondo espaços de luz

Varreu o sertão sem sorte

Aos agouros da acauã

Que as estiagens conduz

Há tempos perpassa a morte

A aurora outrora louçã

Nas flores dos cumarus

E do serro no recorte

Entrega-se outra marrã

A sanha dos urubus

Até que o corisco corte

Do vento a febre terça-feira

E a água façamos jus

Talvez o chão não suporte

A secura ramadam

Se findando em funda cruz

Acauã Araújo
Enviado por Acauã Araújo em 12/11/2008
Código do texto: T1279714
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