Vento em Cruz
Bateu um vento do norte
Sobre as vestes da manhã
Transpondo espaços de luz
Varreu o sertão sem sorte
Aos agouros da acauã
Que as estiagens conduz
Há tempos perpassa a morte
A aurora outrora louçã
Nas flores dos cumarus
E do serro no recorte
Entrega-se outra marrã
A sanha dos urubus
Até que o corisco corte
Do vento a febre terça-feira
E a água façamos jus
Talvez o chão não suporte
A secura ramadam
Se findando em funda cruz