O ROUBO DA INFÂNCIA
Quem me deu o meu nome
O deu sem ao menos
Ter querido me fundar
Eu sou o que os outros fizeram de mim
Então tente entender as pessoas
Que eu tive que imitar
Esse foi o meu primeiro mal entendido
Brinquei sobre imaginário
Dos heróis que foram-me negados
Infligi regras que golpeavam
A própria carne do meu corpo
Como são cruéis os homens que não tiveram infância
Não é nos colégios que se são feitas às crianças
É na história que elas carregam nas costas
Elas não são culpadas
É só o mundo que já está ai antes delas
Então, o que esperar de uma moral
Que não protege a criança!
Que não pensa a criança
Como o pai do homem!
Se existe maior roubo
Que o roubo da infância?
De Fernando Henrique Santos Sanches - Fernando Febá