O ROUBO DA INFÂNCIA

Quem me deu o meu nome

O deu sem ao menos

Ter querido me fundar

Eu sou o que os outros fizeram de mim

Então tente entender as pessoas

Que eu tive que imitar

Esse foi o meu primeiro mal entendido

Brinquei sobre imaginário

Dos heróis que foram-me negados

Infligi regras que golpeavam

A própria carne do meu corpo

Como são cruéis os homens que não tiveram infância

Não é nos colégios que se são feitas às crianças

É na história que elas carregam nas costas

Elas não são culpadas

É só o mundo que já está ai antes delas

Então, o que esperar de uma moral

Que não protege a criança!

Que não pensa a criança

Como o pai do homem!

Se existe maior roubo

Que o roubo da infância?

De Fernando Henrique Santos Sanches - Fernando Febá

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 30/07/2020
Reeditado em 30/07/2020
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