O pingo do I

O i queria saber quem tinha afanado o seu pingo

Era uma vez, num lugar muito distante, um país chamado alfabeto cheio de muitas letras diferente e havia uma bela letra camada i

Certo dia, ao acordar, assim que pulou da cama; o i deu fé que estava faltando algo. Olhou para o espelho e, cadê o pingo. Pôs a olhar para os lados, debaixo dos moveis, nos livros, cadernos e outros objetos. Nada. Sumiu sem deixar rastros.

(E, o que é pior, tinha desaparecido, logo hoje – a professora ia corrigir o texto.)

- Mas que mundo é este, que tem que se preocupar até com partes da gente? Gritou o i muito indignado – Quem foi o malandro?

( Mas como era meio distraído, não conseguiu perceber nada.)

- Você viu uma manchinha preta? Por acaso andando por aí? – Perguntou a uma galinha que passava com seus filhotes.

- Eu? Imagina! Estes são meus, todos branquinhos e amarelinhos! – Respondeu a galinha.

- Você viu o meu pingo? – Perguntou a uma vaquinha, linda e toda pintadinha de manchas pretinhas.

- Não vi nada, estes são meus, nasci com eles. - A pequena letra ficou impressionadíssima com tantos pingos de todos tamanhos e formas. Não eram seus.

(Será que aquela bruxa velha e rabugenta tinha pegado seu lindo pingo para fazer algum feitiço?)

- Senhora dona bruxa, a senhora que está sempre por ai, não viu por acaso um pingo de i, sozinho e perdido? – Perguntou meio receoso de que ela já tivesse colocado seu pinginho no caldeirão e feito uma porção.

A bruxa nem se deu o trabalho de responder.

(Já ia correndo, mas de repente percebeu uma moça bonita, com um caderno debaixo do braço.)

- Menina, você viu meu pingo?

(Pela cara que fez, sabia..., mas não respondeu nada.)

- Gato, você viu meu pingo? Ele sumiu. Já procurei e não consigo achar.

(A letrinha já toda preocupada: esse gato tão dorminhoco... sempre na soleira da porta, podia ter visto tudo e será o que faz a noite que durante o dia dorme tanto.)

- Eu? Por que eu deveria saber? – e continuou dormindo.

(Quando a letra saiu, o gato levantou e começou a investigação com toda sua esperteza.)

- Eureca!? Disse o gato – num tom tão alto que todos saíram para ver o que era. – O menino da escola – falou – ( se sentindo um “Sherlock Holmes” ).

- O meu pingo?! –

- O menino pegou o seu pingo e colocou no pescoço da vaca. ( quando todos dormiam. Ele foi bem devagarzinho e afanou o seu pingo e colou no pescoço da vaca e ela nem viu.

(Eu imaginei, logo vi aquele pinginho parecia o meu.)

Todos correram para olhar o pescoço da vaca. E lá estava ele. Grudado perto de outra mancha preta.

Feliz e satisfeita da vida, lá se foi a pequena letra de volta para seu país. Com seu pingo, ás vezes torto para um lado e outras parecendo um coraçãozinho, quando era feito por alguma moça apaixonada. Mas nunca esquecido.

Vamos por o pingo nos is. Avisava a professora, quando dava um conselho; ou um pai quando queria corrigir algum mal feito de algum menino traquino.

BIBLIOGRAFIA

Baseado no livro “ Da pequena toupeira que queria saber quem tinha feito CUT na cabeça dela” do escritor : Werner Holzwarth e Wolf Erlbruch, da editora: Companhia das Letrinhas