O MUNDO DE CLARA

A lua de Clara que passava

Pela noite adentro

Era amarela como o sol

E dourado como os raios

Que cintilava com o vento

Que abraçava a cidade

Colorindo as madrugadas

Fazendo surgir um clarão

Quando raiava o dia

Sorrindo para vida

Do mundo encantado

Que Clara imaginava...

Em seu mundo encantador.

Em sonho tão singelo

Que acalantava os moradores

Daquela pacata cidade.

O céu de picolé

Nevava sobre os pinhais

E as margaridas sorridentes

Acordavam toda as roseiras

Para em feste cantarem

O despertar do novo dia

Com o colorido do algodão

Que reinava sobre a relva

Embelezando os vales

Que pintavam a paisagem

Pelos campos silvestres

Que alegremente poetizava

O dia da menina Clara

Que bailava como um cisne

Nos lagos aquarelados

Que havia se formado

Pelo encanto primaveral

Das águas dos rios.

A igreja azulejada

Parecia bordados

Que as senhoras em coro

Rezavam com seus botões

Colando em tela rendadas

Com todas as formas de cores

Ao alinharem a oração do dia

Pelos azulejos de amor em paz

Como sugeria o padre

Pela voz da Ave Maria.

A praça que Clara passeava

Tinha bancos de chocolate

Coreto de sorvetes

Com casquinha de amora

E sem perceber pelo encanto

Clara se lambuçava toda

E as velhas senhoras

Diziam em música

Que era hora de usar

A varinha mágica

Para Clara bainhar-se

Com o perfume das flores.

As casas eram coloridas

Como pão doce

Com cheiro de erva-doce

E recheio de avelã

Que fazia a criançada feliz

E Clara muito alegremente

Com fios de ovos

Que balançavam pelo vento

Que o leque abanava

Suspiros de saudade

Para quem chegava a cidade

Vendo o sol se pôr

Na serra dos morangos

Próximo da igreja matriz

Que iluminava toda a cidade

por mais um dia feliz.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 03/10/2019
Reeditado em 04/10/2019
Código do texto: T6760303
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