Um céu desenhando arte

*LITERATURA DE CORDEL*

I

Um dia ao acordar

Levantei olhei pro ceu

Vi nuvens brancas dançando

Passei a mão num papel

E assim fui escrevendo

Mais uns versos em cordel

II

As nuvens criavam formas

Brincando de fazer arte

Usando de travessuras

Feito Pedro

Malazarte

A cada hora um desenho

Se mexia em toda parte

III

Imaginei logo uma porta

Com um animal de lado

Como se fosse guardião

Daquele reino encantado

A figura parecia

Um lindo cavalo alado

IV

Outra imagem se formou

O cavalo foi embora

Como se batendo asas

Evaporou sem demora

Mas surgia outra arte

Pareceu Nossa Senhora

V

Tinha um manto

Comprido

Uma cruz na sua

mão

Parecia ate sorrir

Foi essa minha visão

Aproveitei pra pedir

Dos meus erros seu perdão

VI

Eu vi um urso sentado

Na cabeça de um gato

Que foi crescendo e mostrou

Pra mim um novo retrato

Era um leão nervoso

Mastigando um grande rato

VII

Vi um avião da Fab

Descer um paraquedista

Vi uma flauta voando

Mas não vi nenhum flautista

Era só imaginação

No olhar de um cordelista

VIII

Um Dragão apareceu

Dançando bem elegante

Eu fiquei encabulado

Quando vi por um instante

Que o Dragão correu de medo

Pois chegou um elefante

IX

Depois ficou tudo azul

Nuvens sumiram do céu

Não se via mais figuras

Fiquei triste pra dedéu

Pois ali acabaria

Minha história em cordel

X

Cadê as nuvens do céu

Será então que vai chover

Mas o dia estava claro

Brilhoso sem escurecer

Pra onde foram as nuvens?

O que estava pra acontecer?

XI

Pouco a pouco fui sorrindo

O vento queria brincar

Ele soprou pra bem longe

Mudou as nuvens de lugar

Elas foram reaparecendo

Eu ouvi o vento cantar

XII

Um portão logo surgiu

Pedro Malazarte apareceu

O cavalo alado ressurgiu

Nossa Senhora riu pra eu

O urso se balançando

E o gato se escondeu

XIII

O leão brincou com o rato

O avião logo subiu

O tal do paraquedista

Puxou a corda e sumiu

A flauta e o flautista

Ninguém sabe e ninguém viu

XIV

O cordelista que sou eu

Fez a história e a narração

Ele viu que o elefante

Fez correr o tal dragão

As nuvens no céu ainda brincam

Com a nossa imaginação.

Fim.

Carlos Silva

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 21/11/2017
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