NO COLO DA «VIAGEM PELO MUNDO NUM GRÃO DE PÓLEN»
(Ao P2 Lopes, pela culpa que a ele recai,
ao chamar-se o responsável por este poema existir)
É preciso ser-se suficientemente criança
para que nos tornemos verdadeiramente adultos.
E pena tenho eu do adulto que deixa morrer
a criança maravilhosa que exista em si.
E se de tal eu não tivesse como saber
duvido que eu saberia disto
o mais importante de tudo:
Felicidade não se explica
apenas se contempla
nos gestos mais simples
e honestos
a que nos damos
ingénua e gratuitamente.
E a não ser este dito verdade
aclare-mo: o que vem a ser isto
que se solta tão leve quanto uma pluma
da alma desta criança despreocupada
a correr os seus sonhos mais fantásticos
na asa de um poema escrito
no voo da consciência
tornada pólen
apenas?
Celles Leta, 01.03.14