CRIANÇA SAPECA.
Era ela uma promessa de vida
Com muito amor concebido
Estava tão dependente
Mas se mostrava existir
Este pinguinho de gente
Nesta barriga crescida
Desta mamãe cuidadosa
Que há poucos meses estava
Em estado interessante.
Em uma manhã radiante
No começo do dia
Na hora do sol nascente
Ouvia se choros de nenê
Que gritava incessante
Estava vindo ao mundo
E se mostrava bravia
Este projeto de vida,
Neste semblante inocente.
Agora já está esperta
Já sabe bem o que quer
Ninguém ousa contraria-la,
Ela fica nervosinha
Esperneia e berra alto,
Ficando bem vermelhinha.
Esta criança sapeca
Malandrinha
Corre pra lá e pra cá
Fazendo estripulia
Gritando sorrindo alegre
Quebrando os objetos...
por onde passa
Depois sorri achando graça.
Ela faz a diferença
É um projeto de gente
Com este rostinho tão lindo
Já sabe pedir e exigir
Este pinguinho de nada
É uma criança inocente
Hoje ela quebrou um copo
Derrubou o relógio no chão
Pois o dedo na tomada
Gritou e ficou assustada
Puxou o rabo do gato
Bateu no focinho do cão.
Pequena e levada tem
Apenas mais de um aninho
A poucos se engatinhava
Se movia pelo chão
Desequilibra e cai
Anda apressadinha
Segura na cortina
Se embaraça no tapete
Se encanta com o reflexo
Da tela da televisão.
Agora a neném pequerrucho
Esta toda perfumada
Depois de um belo banho
Vai dormir para descansar
Para depois retornar
As mesmas estripulias
Deitada em seu bercinho
Sonhando com seus anjinhos
Vivendo novas emoções.
Está tudo em silêncio
Não há brinquedos jogados
Nem assoalho molhado
Está sossegado o gatinho
E dorme folgado o cão.
A menininha traquina
Não esta incomodando
Depois de muito trabalho
A mamãe deixou tudo arrumado
A mofada o tapete
Guardou o par de sandálias
Juntou os cacos de vidros
dos copos que fora quebrado.
Parece um terremoto
Mas é uma belezinha
Esta nova vivente
Que causa muita alegria
Mas é autora desta bagunça
É tantas destruições
Antonio Herrero Portilho