A chuva 


     A chuva mal começou a cair e a garotada logo tomou conta da rua. Pulos, gritos, sorrisos estampados na cara... Enquanto alguns se divertiam nas biqueiras das casas, outros preferiam saltitar nas poças d’água que iam se formando. 
     A chuva era grossa e seus pingos pareciam chicotear o corpo. A força do líquido que escorria das biqueiras, em contato com as frágeis cabeças, também dava a sensação de que um caminho se abriria no centro delas. Porém, a liberdade que experimentavam os faziam mais fortes do que as rochas. Nem os trovões ecoados no paredão da serra os assustavam. Os relâmpagos e os raios só abrilhantavam mais ainda aquela diversão.      
     Pés nas havaianas ou descalços, roupas encharcadas, lábios roxos, queixos a bater de tanto frio. Nada os desencorajam e faziam sair debaixo daquela chuva abençoada. Somente quando as grossas gotas foram se fazendo finas é que tudo foi se acalmando. Cada um agora, saciados da sede da chuva retornam a suas casas e procuram um toalha quentinha para que possam se aquecer...



Márcia Kaline Paula de Azevedo
Enviado por Márcia Kaline Paula de Azevedo em 15/12/2012
Reeditado em 15/12/2012
Código do texto: T4037653
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.