O FANTASMA DO BURRO DA NEVE
Era uma vez um burrico
Que morava pertinho, pertinho
De uma montanha branquinha
E coberta de neve...
Toda noite ao dormir
Ao bom Deus agradecia
A comida que comia
E o quentinho do casebre...
Um dia um vento forte
Arrancou o seu telhado
Esfriando o coitado
Bem na hora que dormia...
Quando vinha a madrugada
Toda a neve que caia
O burrico encobria
Até ficar branquinho...
De repente acordava
E para a montanha ia subindo
Toda neve sacudindo
Até sair tUdinho...
Os caçadores quando o viam
Achavam que era alma penada
Assustando na madrugada
E correndo eles fugiam...
Espalhou-se pela cidade
Que o lugar era assombrado
Pois era visto entre os casebres
O fantasma do Burro da Neve...
O burrico, tão vaidoso!
Adorou virar celebridade
E correu por entre o povo
Para ouvir a novidade...
Mas seu dono, desconfiado,
Resolveu investigar
Viu as telhas fora do lugar
E consertou tudinho, tudinho...
Quero ver logo mais a noite
Se o fantasma vai aparecer...
Se for o burrico, pode esquecer,
“Não vai mais ficar branquinho.”
Nosso amiguinho ficou muito triste
Pois queria continuar famoso
E com o telhado arrumadinho
Não ia mais ser um fantasminha...
Foi então que surgiu a idéia...
Logo que seu dono dormia
Escondia as telhas numa bacia
E deitava esperando a neve...
Quando ela o encobria
Saía para a montanha de gelo
Deixando todos com medo
Do fantasma branco que viam...
De manhãzinha
Colocava as telhas de novo
E voltava para o repouso
Muito contente, COM GOSTO!
No outro dia
Quando seu dono soube do ocorrido
Que o fantasma tinha aparecido
Ficou bem assustado...
Então era verdade!
Realmente O FANTASMA existia,
Não era o burrico, que nada,
A alma que aparecia...
O burrico agora
Podia dormir contente
Ia ser famoso para sempre
E toda noite surgir...
E na cidade
Todos queriam ver
A história La dos casebres...
Saiam a procurar
O fantasma do burro da neve.
fim