Engulão de Bola

Avô é pai com açúcar e quem tem netos sabe que é uma grande verdade! Temos para com eles mais tempo, mais paciência, mais carinho, mais “ouvido”, tudo mais. Quando Thales tinha uns quatro anos, ele, às vezes, ficava conosco, enquanto sua mãe fazia o Pós-Graduação. Ele não arredava pé da TV. Era só filmes de “desenho animado” no Cartoon. Um dia, Antônio disse-lhe:

- Thales, vai estudar um pouco, vai desenhar que é bom.

- Nada como um desenho na TV, suspirou ele. E firme ali ficou!

Outra vez, reparando as pernas do avô, empoladas após aplicação para acabar com as manchas, Thales saiu com essa:

-“Vô, onde cê arrumou essas cataporas?

Thales, um dia, também se impressionou com a barriga de seu avô. Reparava bem e não entendia. Finalmente, criou coragem e, cheio de curiosidade, perguntou:

- Vovô, como cê conseguiu?

- Consegui o quê? Perguntou-lhe Antônio.

- Engulir esta bola? E o avô nem se preocupou em dar a resposta.

E veio a hora de brincar de pingue-pongue:

- Violão sem corda! Falava Antônio.

- E ocê, bicicleta sem roda! Retrucava Thales que não queria perder o jogo.

- E ocê, cara de cueca rasgada!

E no vai-e-vem do jogo, Thales saiu com essa e sentiu-se o vencedor:

- Oh, ENGULÃO DE BOLA!

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 19/03/2006
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