(N)Um "R"
A Aranha arranha,
Águas doces e salobras,
Arranha a Aranha,
Devaneios berrados,
Saídos do seio da Mãe Terra,
Divinas entranhas.
O carro Caro,
Camaro de Mário marrudo,
Que sem documentos nos bolsos,
Dirige com as mãos no volante,
Motor, carcaça, pneus e rodas de liga leve,
Enquanto não estouram,
Rodam aceleradas no asfalto,
Menos em estradas de chão.
Caro, Mário Aranha,
grafam-se com 1 R;
Com 2,
Barbeiro marrudo,
Carro arranha.
Entre acertos e erros,
Quem em marcha ré,
Dirigi,
Tem que ler o que redige.
Presunto, queijo, molho, macarrão;
Quando tem,
Carvão na lareira e gás no fogão,
Faz lazanha ao forno,
Pinhão, vinho quente, foundie, quentão,
E da verde gram(Á)tica,
Sua arte manha.
Pensar, ler e escrever,
Sem nada fazer,
Para os loucos,
Bela porcaria.
Para os sanos que fazem tudo,
Nobre iguaria,
Ingerida no dia a dia.
Leia,
Lido;
Decore,
Decorado.
Releia,
E (n)Um "R".
Animalesco I
Os grãos e as folhosas exploram o solo, a chuva e o sol,
Os bovinos, galináceos e outros bichos mais, comem os grãos e folhosas, que exploraram o solo, a água e o sol;
Os homens comem os galináceos e bovinos e outros animais, que comeram os grãos e folhosas.
E não param por aí, pois além de comerem tudo, exploram o que outros homens (honestidade, suor, amizade, fidelidade e humildade, por exemplo) tem a oferecer.
O homem é leão,
Com cara e juba,
Voraz leão sem coroa,
Rei da selva e do concreto.