A REFORMA DA CASA - Poesia

Quem a casa reforma,

Reforma também a própria alma.

Sendo, o começo do drama

O primeiro balde de massa

Virada pelo pedreiro,

Esse sujeito prepotente,

Que leva nosso dinheiro,

Mas que na alma da gente

Deixa profundas seqüelas,

Junto com nuvens de poeira,

Que gruda em móveis e panelas,

Nos sepultando a alegria.

Talvez, nem seja pelo balde,

Que nos começa o tormento.

Acho, mesmo, que o terror nos invade

Quando vemos o orçamento.

E tem, também o eletricista,

Para quem, nenhum fio presta.

Corta fio, fio corta

Fazendo romper a comporta

Da nossa, já tão pouca, sanidade,

Que passa a querer tão-somente

A casa antiga, de volta, como objeto de felicidade;

Para não ficar, de uma vez por todas, demente.

- por JL Santos, em 05/02/2008 -

jlsantos
Enviado por jlsantos em 19/04/2008
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