O pesadelo

Era um corredor comprido, todo escuro, iluminado apenas pela pouca luz da lua que entrava pela porta entreaberta. O corredor era simples, paredes brancas e portas em paralelo, lâmpadas no teto, nada mais. Meus aposentos, no final do corredor. Mão no interruptor, sem energia. Depois de algum tempo, entrei com o coração na mão. A pessoa que me acompanhava, pedi que esperasse. Em passos curtos e com meia cautela, fui adentrando e avançando, até que pela metade do corredor, vejo um vulto cruzar de uma porta a outra, correndo, como se fosse uma criança. Eu, nada curioso, fui verificar.

Um pouco mais alarmado, por saber que ali não residiam crianças, fui avançando. Ao chegar na porta, um quarto, todo escuro, sendo possível visualizar somente o contorno dos móveis e das coisas ali postas. Mas não precisou percorrer o olhar por todo o lugar, ela estava lá, parada, flutuando, como se aguardasse ser achada. Achei muito estranho, porém, com coragem tirada sabei-se lá de onde, fui me aproximando. O troço, sem reação. Estirei os braços e segurei suas pernas e sua cabeça. Passavam uma sensação gelada. Não tinha rosto, não conseguia identificar suas vestes. Fui virando aquele pequeno corpo para rumo do corredor, na esperança de algumas fagulhas da lua pudessem me ajudar a enxergar. Foi então que ouvi uma voz, vinda do além: "te liga nesse susto que tu vai levar".

Vocês nem acreditam... Era minha voz, na minha cabeça, dentro de um pesadelo. Quando termino de falar comigo, minha amiga chega na porta e me pergunta: "o que é que tu tá fazendo aí?". Eu, sem saber que ela não tava vendo nem o vulto, "olha aqui mulher, uma criança". Ela já se assustou: "Que... Que criança?". "Não tá vendo eu segurando nada não?!" "Não!"

Eu pedi pra ela tentar ligar a luz. Ela aperta o interruptor, e nada. Eu, pouco gaiato: "Nam, mulher, vamo pro meu apartamento, que lá to com as contas de energia em dia." Chegando lá, cês acreditam, nada de luz ligar. Eu querendo mostrar o espírito pra ela, e nada. Mas aí, menino atentado, peguei o vulto, segurei pelas pernas e comecei a bater nela com aquele troço. Eu já perguntei: "tu não vê, mas consegue sentir?". Ela levou um susto danado, perguntando o que diabo era aquilo, eu só respondi "é o tal do vulto, mulher. esse diabo não quer aparecer, fica aí segurando a luz, com vergonha". O clima de tensão já tinha ido pra casa do c******... Aí acordei, morrendo de rir do ocorrido.

wRanniery
Enviado por wRanniery em 14/07/2024
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