Louco é pouco
Na insanidade de uma insônia Tola e fria
Sou um poeta em busca do sono insolente
Que angustiante quis fazer-me tão somente
E neste instante surge a inspiração sadia
No emaranhado surgem versos e palavras
Notas reversas d’uma louca sinfonia
Quais semifusas confusas sem Harmonia
E o sono cujo que fugiu já não me agrava
Viro pra o lado e no criado folhas virgens
Empunho a pena assentando meus rascunhos
Rabisco e risco de versos a próprio punho
E a insônia a meus poemas dão origem
Sou um poeta um facultativo um louco
Um pierrô, um pandego um religioso.
Sou peça chave verdadeiro e mentiroso
Sou personagem sou ator, de tudo um pouco.
Se minhas rimas não convergem não dão liga
Eu não explico, não preciso provar nada.
Pouco me importa se me impõem concordâncias
Perdi o sono e já é mais que madrugada
Tô nem aí pra seus protestos e contextos
Para seus textos, suas métricas e regras.
Uso somente providencialmente a insônia
Não me preocupam seus pitacos e pretextos
Idalécio Coutinho