Louco é pouco

Na insanidade de uma insônia Tola e fria

Sou um poeta em busca do sono insolente

Que angustiante quis fazer-me tão somente

E neste instante surge a inspiração sadia

No emaranhado surgem versos e palavras

Notas reversas d’uma louca sinfonia

Quais semifusas confusas sem Harmonia

E o sono cujo que fugiu já não me agrava

Viro pra o lado e no criado folhas virgens

Empunho a pena assentando meus rascunhos

Rabisco e risco de versos a próprio punho

E a insônia a meus poemas dão origem

Sou um poeta um facultativo um louco

Um pierrô, um pandego um religioso.

Sou peça chave verdadeiro e mentiroso

Sou personagem sou ator, de tudo um pouco.

Se minhas rimas não convergem não dão liga

Eu não explico, não preciso provar nada.

Pouco me importa se me impõem concordâncias

Perdi o sono e já é mais que madrugada

Tô nem aí pra seus protestos e contextos

Para seus textos, suas métricas e regras.

Uso somente providencialmente a insônia

Não me preocupam seus pitacos e pretextos

Idalécio Coutinho

IDAL COUTINHO
Enviado por IDAL COUTINHO em 30/06/2020
Reeditado em 04/07/2020
Código do texto: T6992022
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