METALINGUAGEM
MONSTRUS VINGATIVUS
" Jacarés habitavam
Calçadas
Ventos de espinho
Refrescavam meu nexo
Vampiros
Perseguiam
Minha língua
Bafada"
..................... (Pedro Candela)
Caiu-me nas mãos um livro de poesias, de onde "extraí" os versos acima. Achei a ocasião propícia, para chamar-lhes à reflexão.
Será que há alguém que aguenta ler poesia assim?
O autor não fala nada sobre nada, não descreve fatos, não elabora cenas e não convence. Só fica falando de uma bobeira imensa; de uma metáfora doentia, fazendo péssimos poemas concretos e bancando o sabe tudo. Essa é minha opinião de leitor, como escritor quero esclarecer que concordo completamente.
Não posso negar que está sendo difícil conduzir este blog ao nível da consciência, ainda mais quando percebo que, aos poucos me torno cansativo e repetitivo. Contraditório também, (garanto que vocês pensaram que eu não percebia), mas por que o faço assim, se um dia disseram que sou poeta e que tenho em mim o poder das idéias novas e geniais?
Por que me disseram isso?
O que diriam agora, se eu mudar o estilo? Então, já na próxima postagem, não encontrarão mais os leitores, o poeta perdido que aqui se encontra. Escreverei, mais ou menos assim:
Brilha a lua lá no céu,
Redonda como um facão.
O dia em que não te vejo,
Não ponho feijão no fogo...
Que tal?
Faremos um trato:
As postagens boas a gente lê;
As postagens ruins a gente não lê.
Podem ainda, vingarem-se de mim, não postando comentários. Só que aí, estarão alimentando o maior e mais trrível monstro já surgido sobre a face da terra (pior que os monstros de filme japonês): O monstrus vingativus branco-(1981). O Vingá (modo carinhoso de chamá-lo).
Se realmente, eu quiser fazer jus às suas presenças nesse blog, devo tratar de esquecer todas as angústias pessoais, e procurar as suas angústias. ignorar as minhas alegrias, e estimular as suas; defenestrar os meus desejos e satisfazer os seus.
Aproveito a parada para reafirmar que não sou poeta formado e que meu tempo disponível se divide em buscas de perfeições e de saídas, entendendo-se, no caso, as saídas como fugas. Não sei se estou certo, mas escrevo assim mesmo, talvez apenas para manter vivo meu desejo de eternidade. Eternidade esta, não egoista, muito pelo contrário, eternidade universal é o que procuro numa interminável situação paradoxal de apreço por coisas eternas, e ao mesmo tempo, pelas mutáveis. Não é muito fácil, é bem verdade, conceber o eterno mutável. Como também não deve ser muito fácil aturar um poeta que se aproveita do concretismo de um poema para não dizer absolutamente nada e disfarçar sua falta de imaginação.
Se eu fosse um Deus, um profeta, um mestre, diria em voz alte e em bom tom:
"Nunca ajude um poeta que se diz agonizando sem inspiração, porque ele está mentindo. Falta-lhe esforço. Nunca ajude um que se diz agonizando sem imaginação porque este, nunca terá sido poeta. Falta-lhe sentido".
Como não sou nada daquilo, me calo. E deixo cada um viver à sua maneira.
Resumo:
a) Inspiração: Não existe;
b) Imaginação: existe, e é dádiva.
Obs. Comentem! ou se explicarão com o Vingá. (rsrs)
T@CITO/XANADU