Ossos do Ofício

Cada profissional deve ser alvo de cada tipo de abordagem, consultas ou escracho fora do trabalho; que foge ao controle. Isso é normal, quando faz parte de uma sociedade carente. Imaginemos o médico, quando por um motivo ou outro, expõe sua profissão em público, fora do consultório; deve ser terror o tiroteio de perguntas, dada a saúde de nosso povo.

E o advogado, como deve ser o papo entre o advogado e o vendedor de roupas das lojas? Outro que deve sofrer, aliás a mãe dele, é o juiz de futebol quando encontra algum torcedor, em que ele apitando uma partida entre o clube do torcedor, marcou pênalti contra, no último minuto da partida ou anulou um gol do time do torcedor! Deve ser pedrada o impropério de palavras.

Sou bombeiro por profissão e tornando-me como exemplo, estava passando de ônibus em frente um local que estava em chamas e caí na besteira de dizer para a pessoa ao lado no banco que estava, minha profissão.

Infelizmente, falamos o que não se deve falar em qualquer lugar. Nem bem dei detalhes de como os bombeiros procedem em casos como àquele, quando ouvi do fulano: "puxa, que satisfação saber dessas coisas. Como eu gostaria de pegar na mangueira quando está esguichando água para apagar o incêndio! Deve ser uma sensação de poder incrível. Ando depressivo, mas ao empunhá-la, sentiria-me forte. Arrojado. Juro que eu queria pegar em uma, agora!"

Não estava nem na metade da viagem, dei sinal e desci alí mesmo. "Mal educado", foi a palavra que ouvi dele, pois nem me despedi daquele pobre e triste senhor; que aparentava ter quase 40 anos. Conclui que a carência afetiva, maternal, de escrita, amigável é problema seríssimo de saúde pública, atualmente.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 29/04/2019
Reeditado em 29/04/2019
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