No Sertão...; álbum de família!
É conhecimento do nobre leitor a potencialidade deste país; sem dúvidas deve conhecer, mesmo porque o brasileiro viaja de Norte à Sul, Leste à Oeste; é culto, vai ao teatro, participa de oficinas artísticas, artesanato, leitor assíduo de 1 livro e meio por ano, cinéfilo em potencial, todo fim de semana em exposições de arte, fotografia, etc; enfim é uma pessoa super culta e mais ainda, desenvolvida. E a história de país subdesenvolvido, de Terceiro mundo, habitada por Zé povinho; terra de índios até o mandato do Lula, é pura inveja, fofoca, bazófias dos gringos.
Bem, sabendo que o nobre senhor leitor já, não só leu como estava lá no dia do acontecimento, casei no sertão nordestino. Igreja estilo colonial, limousine transportando os noivos, quatro dias de comes e bebes; álbuns e mais álbuns de fotografia.
Mas a foto de destaque, aquela que os noivos dão o selinho queimou, ou mesmo não saiu. Isso porque, quando eu e minha quinta esposa posamos para os clics, passou um sujeito sem modos e com um megafone na boca, berrou ao pé da escada: "todo sábado é a mesma coisa". Ninguém deu ligança; quando andou mais alguns passos completou o desabafo: " todo sábado é a mesma coisa. Sempre nessa igreja, nessa mesma hora, o santo Padre benze o corno da praça". E confirmou: "alô omaiada, está liberado pelo santo Padre". E repetiu novamente: "mais um côrno na praça".
Os convidados rachando o bico.
Embora acostumado com o que ele disse e corno velho que sou, não suportei o insulto e deixei a minha quinta esposa e disparei atrás do miserável do advinho. Os sapatos bicos finos piavam e quase fui enforcado pela gravata foi parar nas costas. Depois fui saber, ele era cigano cartomante e lendo a minha mão dez anos antes, disse que eu seria côrno por dez vezes; e teria 50 filhos, 100 netos e 200 bisnetos. Além de predizer meu futuro e sina; o maldito é matemático dos bons.
P.S.: para não chocá-lo, não disse que sua cultura é de Globo, depois de antena parabólica e agora, internet. Sem sair de casa, sabe tudo, discute tudo, está em tudo e claro, escreve para o Recanto. Por isto, não tem tempo para por a casa em ordem; daí esse bordel com essas pessoas importunando agente dá alta, até no dia do casamento.