Recebendo a Benção do Pai.
Assim que nasceu, o pai foi visitar o suposto filho, porque quem pode afirmar sobre a descendência sanguínea da cria é a mãe, resmungou:" a minha bença meu fio; estou preocupado com o futuro docê: Ceará homem, o tempo dirá; seja o que for, bem alimentado, nasceu uma Fortaleza na família". Passou a mão sobre, alisou e depois deu 3 tapinhas na moleira do bichim e disse: "cresce logo para ir para Sumpaulo, trabaiá. É para isso que te pus no mundo. Se ficar nesse sertão seco, desalmado pela Natureza, vai morrer de fome, tal qual a cabrita Xiquita que juntamente com a galinha Madrugada, não viu o dia amanhecê. Aqui tudo é tristeza e desgraça".
Meio poeta e meio filósofo, o pai carregando os panos de bunda, ou tapa-vergonha, e a mãe com a cria nos braços, saíram atarantados do hospital e rumaram para a terra de Padim, padim Ciço receber a benção final e a proteção eterna do patriarca e santo de todos cearenses. Aproveitariam a viagem para batizar o neófito. Por àquelas bandas, é comum que a morte nasça pagã e com o tempo, a vida cobre pela dívida não paga à ela.