Iguaria Nobre

Sempre ia ao restaurante e nem precisava pedir o prato que o garçon lhe servia. Por décadas, o cliente sumiu. Passado certo tempo, apareceram outros.

A mesma turma de sempre pediam um prato, outro e outro; de modo que ficaram assíduos ao restaurante. Pensava em comer fora, automaticamente, o restaurante chamado "Da família", era o predileto do grupo.

Cansados de repetir os pratos, a fiel clientela solicitou ao garçon o que podia haver de inovação em se tratando de iguaria.

Solicitamente o garçon apresentou o cardápio e disse que fazia tempo que o cliente não aparecia, mas era seu prato preferido. Rapidamente quiseram saber quem era o ilustre cliente desaparecido. O garçon disse que era Paulo Maluf.

- caramba, Paulo Maluf? E o que ele comia tanto e não saciava-se nunca?

- peixe robalo. Adorava. Curtia demais. Sumiu, não sei por onde anda e em qual onda está surfando. Mas, olha, como gostava de robalo!!

- traga sim, quem sabe aprendemos com ele e quem sabe, melhoremos o nosso paladar e serviços. Pelo que sabemos, o Brasil possui em abundância essa espécie de pescado. Temos tanto, que exportamos para os países estrangeiros; principalmente àqueles pacatos, ordeiros, disciplinados, éticos.

Além de gostarem, não pararam mais de comer a mesma iguaria. Até criaram um jargão, que pontua: "em qualquer ambiente e qual hora for, é hora de pescar, comer e rouba-lo".

Comumente, o garçon aparece nas fotos de celebridades expostas nas paredes do restaurante; em uma delas ele aparece com o então, presidente Lula e amigos; cito Zé Dirceu; Genoino; Palloci segurando um pacote; Dilma com rifle na mão; So Lala e Chico Chicão escrevendo para o Recanto e muitos outros parças.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 08/01/2019
Reeditado em 08/01/2019
Código do texto: T6545716
Classificação de conteúdo: seguro