PÃO NA CHAPA - sátira
 




 
Eu já fui rico um dia. Tinha apartamentos, três carros na garagem, barco a motor num ancoradouro particular no rio que beirava o meu quintal, etc.etc.
Só que após a aposentadoria os meus rendimentos foram escasseando até acabarem.
Conclusão: Tive que reciclar a minha vida e para isso comecei fazendo um curso para aprender a ser pobre.  
Ah! Ah! Ah! Ah! Foi difícil pra caramba no começo, mas ao término do curso foi bem gratificante. Aprendi tudo direitinho e passei em primeiro lugar.
Uma das primeiras aulas foi como se virar na hora do café da manhã com biscoitos moles,  pães dormidos de dois dias, margarina de segunda qualidade,  leite do tipo C embalado em sacos plásticos. Foi um tormento esse começo.
Afinal, eu estava acostumado com um gostoso bleakfast regado a mel, leite tipo A, acompanhado de brioches, patê de peito de peru ou de fígado de ganso das montanhas européias. O complemento sempre era com frutas tropicais da época (mamão, abacate, morangos, abacaxi, manga), compotas e outros doces maravilhosos.
Agora,  na hora do almoço  tenho que correr para essas instituições que fornecem almoço a R$1,00 (um real) – BOM PRATO. Além do mais, não tendo nenhum automóvel, nem  daqueles velhinhos dec1960,  tive que aprender viajar diariamente em coletivos, muitas vezes em pé, principalmente nesses trens que pra entrar você só precisa estar na fila e aguardar que o povão em massa  empurra. Você entra  de qualquer jeito. KKKKKK. Na hora de desembarcar ma Estação da Luz ou do Brás em São Paulo é a mesma coisa. Beleza. A gente fica esperta que só.
Enfim, café da manhã com um pão amanhecido com margarina esquentados na chapa é um bálsamo para um estômago roncante.



            




Nota:
Decerto que este escrevinhador, salvo a parte de usar conduções coletivas diariamente por conta da pouca visão e não poder dirigir, nunca passou por dificuldades tais como as relatadas. Graças a Deus. Realmente apenas uma brincadeira.