Coisas Que Só Acontecem Comigo - XX. Trava língua
Já ouvi dizer que todos têm um amigo mala! Eu tenho um amigo lá em Teresina, desse tipo que chamamos de “mala quadrada, sem rodinhas e sem alça”. É meu amigo e pronto.
Eu sempre gostei de aprender línguas, acho que tenho até uma certa facilidade ou intimidade com o assunto. Inglês, Espanhol, Francês, Latim e Grego são águas por onde já nadei. Esse meu amigo, certa vez, para dizer que eu era um poliglota (o que não era verdade), numa roda de amigos comuns, se embananou todo, troco as bolas e acabou dizendo que eu era um grande troglodita. Todos riram, eu inclusive com o besteirol. Eu acho que ele fez isso de caso pensado, mesmo que as duas palavras tenham praticamente as mesmas letras. Verdade que esse elemento não é um tolo, possui uma razoável facúndia, expressando-se muito bem e tendo uma incrível capacidade para formar trava-língua, de embolar palavras. Mas o pior viria depois.
Numa outra oportunidade, eu passava em frente à casa dele, no exato momento em que ele descia de um táxi com uma mochila. Perguntei:
- Oxente bicho, você está chegando de onde nesta segunda-feira?
- Nossa, iuf no São Rio ver um 0 x 0 entre Flafogo e Botamengo no maracumbí, uma camputa de filas da badas, até agora só tomei uma pepsicante de refrescola com sanduela de mortandiche. Naquele aerojegue falta de aguarefrigerda a ar mineral. Vôte, cruz credo!
- Vôte, cruz credo, digo eu!
Por favor, quem souber traduzir isso o faça pra mim...