Caso de Polícia no dia da entrega do presente do Amigo Secreto
Zé da hora era um matutão daqueles da sola dos pés rachados, que usa calça pega-frango, sempre às reuniões com o toco cigarro de palha no canto da boca e fala alto. Estando ele na casa do delegado, meteu a boca no trombone:
- O Senhor doutor delegado, o quê é aquilo.
- Aquilo, o quê? Desembucha, diga logo, Zé!
- Aquele salpicado na borda do vaso... quê coisa mais deselegante. Tá todo breiado... tá saindo pela boca. ô doido, vou chamar a polícia, pro doutor! Sou caipira e defeco no mato, mas num faço isso, não. Como educação não é sinônimo de diploma, dá nisto.
- Fala baixo Zé. Tá cheio de juízes, celebridades, estadistas, amigos de profissão. Já, já o Papa, a Dilma Rousseaf, o Barak Obama, o Lula, Sérgio Moro chegam. Sai daqui, senão dou voz de prisão para
você, por desacato a autoridade!
Zé saiu reclamando, resmungando, vociferando de Deus e o diabo: "caramba, meu Deus, em quê mundo estamos, que não posso falar do que o meu narigão de panela sente e os meus olhos de águia veem? O vaso estava com uma auréola preta na borda, que mais parece que foi jogada com ventilador. Será que o danado, faz as coisas rodando?