EU OUVI FALAR À BEIRA DO RIO...
Um matutinho moreninho, de cócoras estava à beira de um rio caudaloso e cheio de peixes, a cofiar os bigodes e traçando uma pinguinha de leve, fui me aproximando amistoso, andava por aquelas bandas à toa, de férias por ali e sem nada pra fazer senão, apreciar o rio esverdeado e farto. Resolvi puxar um dedo de prosa, só pra passar o tempo, fui me achegando de mansinho, na vendinha bem próxima, comprei também a minha talagada, o matutinho era bom de papo e o tempo passava. Ele me contou muitas histórias de pescador, das quais eu ri desbragadamente, entre uma pinga e outra, que eu comprei pro novo amigo, ele me contou um causo do rio. Me falou que um cabra abusado resolveu nadar por ali, bem pelado, tava bebo o coitado, morreu afogado e só foi aparecer pras bandas do final do rio, inchado, inteiro e sem pinto, o povo apesar de triste deu risada, pois os peixes, do resto dele nada quiseram, ficaram imaginando como era o pêndulo da igreja que ele carregava, com essa nota, eu cai na risada. Depois emendou que um pescador ribeirinho, pescou um peixão e pediu pro compadre da venda, prepará-lo, pra comemorar lá mesmo, quando abriram pra limpar encontraram lá dentro, o pêndulo da capela do cabra, duro, largaram tudo de lado e chamaram que estava por perto, o peixe ninguém quis comer, mas, pra alma do morto rezaram, pois se fosse mesmo o pêndulo de uma paróquia, o som o badalo seria beeeeemmmm forte (risos risos)...
Eu ouvi falar...
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2016.
Um matutinho moreninho, de cócoras estava à beira de um rio caudaloso e cheio de peixes, a cofiar os bigodes e traçando uma pinguinha de leve, fui me aproximando amistoso, andava por aquelas bandas à toa, de férias por ali e sem nada pra fazer senão, apreciar o rio esverdeado e farto. Resolvi puxar um dedo de prosa, só pra passar o tempo, fui me achegando de mansinho, na vendinha bem próxima, comprei também a minha talagada, o matutinho era bom de papo e o tempo passava. Ele me contou muitas histórias de pescador, das quais eu ri desbragadamente, entre uma pinga e outra, que eu comprei pro novo amigo, ele me contou um causo do rio. Me falou que um cabra abusado resolveu nadar por ali, bem pelado, tava bebo o coitado, morreu afogado e só foi aparecer pras bandas do final do rio, inchado, inteiro e sem pinto, o povo apesar de triste deu risada, pois os peixes, do resto dele nada quiseram, ficaram imaginando como era o pêndulo da igreja que ele carregava, com essa nota, eu cai na risada. Depois emendou que um pescador ribeirinho, pescou um peixão e pediu pro compadre da venda, prepará-lo, pra comemorar lá mesmo, quando abriram pra limpar encontraram lá dentro, o pêndulo da capela do cabra, duro, largaram tudo de lado e chamaram que estava por perto, o peixe ninguém quis comer, mas, pra alma do morto rezaram, pois se fosse mesmo o pêndulo de uma paróquia, o som o badalo seria beeeeemmmm forte (risos risos)...
Eu ouvi falar...
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2016.