ZÉ DO CANHÃO - um causo de amor
Zé era casado com uma mulher tão feia, mas, tão feia, que o povo da cidadezinha só o chamava de Zé do Canhão, ele ficava triste com isso, pois sua Zefinha era um amor de pessoa, generosa e de muito bom coração, por causa disso, ele só a levava pra cidade em dia de missa, pois na frente do padre, ninguém proferia uma palavra sequer de gracinha. Ele olhava para sua querida esposa e não via seus defeitos, os olhinhos castanhos eram meio tortinhos e a boca desdentada exigia cuidado, era gorda pra baixo e magrela pra cima, gostava de usar uns vestidos de flores tão grandes, que quando ele chegava em casa da labuta na lavoura, parecia encontrar um imenso jardim, ela lhe punha o prato sobre a mesa, com comida boa e farta, os dois filhos que lhe dera eram lindos de viver, ambos se pareciam com ele, Zé não tinha do que reclamar. Sentia que ela não gostava de muito sair, pois sempre alguém soltava um desagrado e percebia que ela ficava encabulada. Resolveu que da próxima vez que fossem à missa, agiria de outra maneira, precisava mostrar para a sua prenda, que para ele, ela era maravilhosa. No domingo depois da missa, foram tomar sorvete na praça, enquanto deixava Zefinha num banquinho, foi comprar o regalo, passando por uns caras metidos à engraçadinhos, se fez parecer esgotado, exaurido e acabado, andava com as pernas meio abertas, e às vezes abanava as partes, claro que assim, chamou a atenção de alguns, que logo o interrogaram, perguntando
- Oh! Zé do Canhão
- O que que houve contigo?
Ao que ele suspirando segredou
- Ah! Meus amigos, não sei mais o que faço, como o dobro do que preciso, mas, nada me faz ter mais força, minha Zefinha resolveu fazer uma tal de maratona de sexo, é todo dia, toda hora, não me deixa respirar, não nego fogo, pois tudo que ela inventa é bom demais da conta, mas, não sei se vou aguentar. Nunca tive mulher assim na vida, faz de tudo pra me agradar, cria até umas coisas engraçadas, meus dias estão de arrasar, tô indo senão o sorvete derrete e ela quer voltar logo pra casa, até mais ver pessoal, respirou fundo sorrindo e partiu...
Daquele dia em diante, quando o Zé e a sua Zefinha passavam, os homens a cumprimentavam e se ouvia ao longe, lá vai o Zé da Sorte!
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2016.
Zé era casado com uma mulher tão feia, mas, tão feia, que o povo da cidadezinha só o chamava de Zé do Canhão, ele ficava triste com isso, pois sua Zefinha era um amor de pessoa, generosa e de muito bom coração, por causa disso, ele só a levava pra cidade em dia de missa, pois na frente do padre, ninguém proferia uma palavra sequer de gracinha. Ele olhava para sua querida esposa e não via seus defeitos, os olhinhos castanhos eram meio tortinhos e a boca desdentada exigia cuidado, era gorda pra baixo e magrela pra cima, gostava de usar uns vestidos de flores tão grandes, que quando ele chegava em casa da labuta na lavoura, parecia encontrar um imenso jardim, ela lhe punha o prato sobre a mesa, com comida boa e farta, os dois filhos que lhe dera eram lindos de viver, ambos se pareciam com ele, Zé não tinha do que reclamar. Sentia que ela não gostava de muito sair, pois sempre alguém soltava um desagrado e percebia que ela ficava encabulada. Resolveu que da próxima vez que fossem à missa, agiria de outra maneira, precisava mostrar para a sua prenda, que para ele, ela era maravilhosa. No domingo depois da missa, foram tomar sorvete na praça, enquanto deixava Zefinha num banquinho, foi comprar o regalo, passando por uns caras metidos à engraçadinhos, se fez parecer esgotado, exaurido e acabado, andava com as pernas meio abertas, e às vezes abanava as partes, claro que assim, chamou a atenção de alguns, que logo o interrogaram, perguntando
- Oh! Zé do Canhão
- O que que houve contigo?
Ao que ele suspirando segredou
- Ah! Meus amigos, não sei mais o que faço, como o dobro do que preciso, mas, nada me faz ter mais força, minha Zefinha resolveu fazer uma tal de maratona de sexo, é todo dia, toda hora, não me deixa respirar, não nego fogo, pois tudo que ela inventa é bom demais da conta, mas, não sei se vou aguentar. Nunca tive mulher assim na vida, faz de tudo pra me agradar, cria até umas coisas engraçadas, meus dias estão de arrasar, tô indo senão o sorvete derrete e ela quer voltar logo pra casa, até mais ver pessoal, respirou fundo sorrindo e partiu...
Daquele dia em diante, quando o Zé e a sua Zefinha passavam, os homens a cumprimentavam e se ouvia ao longe, lá vai o Zé da Sorte!
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2016.